domingo, 8 de março de 2009

Serge Regianni - Sarah

Entre as canções que ouvia muito na minha infância "Sarah" foi uma delas, cantada por Regianni. Desse mesmo cantor ouvi também muito Boris Vian (sem saber na altura o que estava a ouvir neste exemplo achava simplesmente divertida a letra ... ) e uma outra canção que entendia mal na altura "Les Loups sont entrés dans Paris". Regianni cantava também frequentemente uma outra canção "Ma Liberté" mas essa confesso que prefiro ouvir na interpretação de Moustraki.

Bastante mais tarde gostei de o ouvir interpretar Prevert, já no ocaso da sua carreira em 1994 num disco só com canções deste grande poeta francês por exemplo Barbara (esta em particular já a tinha interpretado anteriormente).

Voltando a Sarah que eventualmente conhecem pelo "La femme qui est dans mon lit n´a plus vingt ans depuis longtemps " aqui fica numa interpretação com a introdução que raramente era incluída nos discos ... poema e música de Moustaki que "também" a cantou.

Introdução (falada)

Si vous la rencontrez, bizarrement parée,
Se faufilant, au coin d'une rue égarée,
Et la tête et l'oeil bas comme un pigeon blessé,
Traînant dans les ruisseaux un talon déchaussé,
Messieurs, ne crachez pas de jurons ni d'ordure
Au visage fardé de cette pauvre impure
Que déesse Famine a par un soir d'hiver,
Contrainte à relever ses jupons en plein air.
Cette bohème-là, c'est mon tout, ma richesse,
Ma perle, mon bijou, ma reine, ma duchesse.

Se a encontrarem, estranhamente decorada
escondendo-se, num canto de uma rua perdida,
cabeça e olhos no chão como um pombo ferido,
arrastando nas bermas dos passeios um talão perdido,
senhores, não cuspam palavrões ou lixo
na cara suja dessa pobre impura
que a deusa fome numa noite de inverno
obrigou a levantar as suas saias em plena rua.
essa vagabunda, é tudo o que tenho, é a minha riqueza,
a minha pérola, a minha raínha, a minha duquesa.

Letra:

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Les yeux cernés
Par les années
Par les amours
Au jour le jour
La bouche usée
Par les baisers
Trop souvent, mais
Trop mal donnés
Le teint blafard
Malgré le fard
Plus pâle qu'une
Tâche de lune

A mulher que está na minha cama
já não tem 20 anos há muito
os olhos marcados
pelos anos
pelos amores
do dia a dia
a boca usada
pelos beijos
demasiado frequentes, mas
muitas vezes mal dados
a cor mórbida
apesar do fardo
mais pálida que
uma sombra da lua

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Les seins si lourds
De trop d'amour
Ne portent pas
Le nom d'appas
Le corps lassé
Trop caressé
Trop souvent, mais
Trop mal aimé
Le dos vouté
Semble porter
Des souvenirs
Qu'elle a dû fuir

A mulher que está na minha cama
já não tem 20 anos há muito
Os seios pesados
de demasiado amor
já não têm
o nome do desejo
o corpo fatigado
demasiado acariciado
demasiado amado, mas
demasiado vezes mal amado
as costas dobradas
parece carregar
as lembranças
de que deve ter fugido

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Ne riez pas
N'y touchez pas
Gardez vos larmes
Et vos sarcasmes
Lorsque la nuit
Nous réunit
Son corps, ses mains
S'offrent aux miens
Et c'est son cœur
Couvert de pleurs
Et de blessures
Qui me rassure.

A mulher que está na minha cama
já não tem 20 anos há muito
não riam
Não lhe toquem
guardem as vossas lágrimas
e o vosso sarcasmo
quando a noite
nos reúne
o seu corpo , as suas mãos
oferecem-se às minhas
e é o seu coração
coberto de lágrimas
e de feridas
que me tranquiliza.

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