domingo, 29 de março de 2009

Nana Mouskouri - Le Temps des Cerises

Bom hoje resolvi oferecer-vos "Le Temps des Cerises". Esta canção foi interpretada por vários cantores incluindo Yves Montand por exemplo.

Porém como já ouvimos Yves Montand numa outra canção escolhemos Nana Mouskouri. Aqui fica também a letra da canção para que possam acompanhar.

Quand nous en serons au temps des cerises (Quand nous chanterons le temps des cerises)
Et gai rossignol et merle moqueur
Seront tous en fête
Les belles auront la folie en tête
Et les amoureux du soleil au cœur
Quand nous chanterons le temps des cerises
Sifflera bien mieux le merle moqueur

Mais il est bien court , le temps des cerises
Où l'on s'en va deux cueillir en rêvant
Des pendants d'oreilles
Cerises d'amour aux robes pareilles (aux larmes pareilles)
Tombant sous la feuille en goutte de sang
Mais il est bien court le temps des cerises
Pendants de corail qu'on cueille en rêvant

Quand vous en serez au temps des cerises
Si vous avez peur de chagrins d'amour
Evitez les belles
Moi qui ne crains pas les peines cruelles
Je ne vivrai pas sans souffrir un jour
Quand vous en serez au temps des cerises
Vous aurez aussi des chagrins d'amour

J'aimerai toujours le temps des cerises
C'est de ce temps-là que je garde au cœur
Une plaie ouverte
Et Dame Fortune en m' étant offerte
Ne saura jamais calmer ma douleur (Ne pourra jamais fermer ma douleur)
J'aimerai toujours le temps des cerises
Et le souvenir que je garde au cœur

domingo, 22 de março de 2009

Françoise Hardy - Tous les garçons et les filles de mon âge

Bem hoje temos uma música ligeira de uma das vozes mais doces que conheço e sim uma das cantoras mais belas de que me lembro. Esta também era uma daquelas canções que devo ter ouvido mais de um milhar de vezes ...

Confesso que me perguntava sempre como era possível uma beleza daquelas estar sozinha. Pouco credível :-) ... Oiçam e vejam aqui esta canção de 1962. Françoise Hardy tem outras canções muito interessantes como por exemplo "Mon amie la rose" que ouviremos mais tarde ... sempre com aquela voz que derretia corações.

Tous les garcons et les filles de mon age
Se promenent dans la rue deux par deux
Tous les garcons et les filles de mon age
Savent bien ce que c'est d'etre heureux
Et les yeux dans les yeux
Et la main dans la main
Ils s'en vont amoureux
Sans peur du lendemain
Oui mais moi je vais seule
Dans la rue l'ame en peine
Oui mais moi je vais seule
Car personne ne m'aime
Mes jours comme mes nuits
Sont en tous points pareils
Sans joies et pleins d'ennuis
Personne ne murmure je t'aime a mon oreille

Todos os rapazes e raparigas da minha idade
Passeiam nas ruas aos pares
Todos os rapazes e raparigas da minha idade
Sabem o que é ser feliz
E os olhos nos olhos
de mãos dadas
vão apaixonados
sem medo do amanhã
sim mas eu vou sozinha
na rua, a alma pesada
sim vou sozinha
porque ninguém me ama
os meus dias como as minhas noites
são sempre iguais
sem alegrias e só tristeza
ninguém me murmura "amo-te"
à minha orelha

Tous les garcons et les filles de mon age
Font ensemble des projets d'avenir
Tous les garcons et les filles de mon age
Savent bien ce que aimer veut dire
Et les yeux dans les yeux
Et la main dans la main
Ils s'en vont amoureux
Sans peur du lendemain
Oui mais moi je vais seule
Dans la rue l'ame en peine
Oui mais moi je vais seule
Car personne ne m'aime
Mes jours comme mes nuits
Sont en tous points pareils
Sans joies et pleins d'ennuis
Oh quand pour moi brillera le soleil

Todos os rapazes e raparigas da minha idade
Fazem juntos projecto para o futuro
Todos os rapazes e raparigas da minha idade
Sabem bem o que amar quer dizer
E os olhos nos olhos
de mãos dadas
vão apaixonados
sem medo do amanhã
sim mas eu vou sozinha
na rua, a alma pesada
sim vou sozinha
porque ninguém me ama
os meus dias como as minhas noites
são sempre iguais
sem alegrias e só tristeza
oh, quando é que brilhará o sol para mim ?

Comme les garcons et les filles de mon age
J'connaitrais bientot ce qu'est l'amour
Comme les garcons et les filles de mon age
Je me demande quand viendra le jour
Ou les yeux dans les yeux
Ou la main dans la main
J'aurais le coeur heureux
Sans peur du lendemain
Le jour ou je n'aurais plus du tout
L'ame en peine
Le jour ou moi aussi
J'aurais quelqu'un qui m'aime

Como os rapazes e raparigas da minha idade
Saberei em breve o que é o amor
Como os rapazes e raparigas da minha idade
Pergunto-me quando virá o dia onde
Olhos nos Olhos
de mão dada
ficarei com o coração feliz
sem medo do amanhã
o dia em que já não terei
a alma pesada
o dia em que eu também
terei alguém que me ama ...

domingo, 8 de março de 2009

Serge Regianni - Sarah

Entre as canções que ouvia muito na minha infância "Sarah" foi uma delas, cantada por Regianni. Desse mesmo cantor ouvi também muito Boris Vian (sem saber na altura o que estava a ouvir neste exemplo achava simplesmente divertida a letra ... ) e uma outra canção que entendia mal na altura "Les Loups sont entrés dans Paris". Regianni cantava também frequentemente uma outra canção "Ma Liberté" mas essa confesso que prefiro ouvir na interpretação de Moustraki.

Bastante mais tarde gostei de o ouvir interpretar Prevert, já no ocaso da sua carreira em 1994 num disco só com canções deste grande poeta francês por exemplo Barbara (esta em particular já a tinha interpretado anteriormente).

Voltando a Sarah que eventualmente conhecem pelo "La femme qui est dans mon lit n´a plus vingt ans depuis longtemps " aqui fica numa interpretação com a introdução que raramente era incluída nos discos ... poema e música de Moustaki que "também" a cantou.

Introdução (falada)

Si vous la rencontrez, bizarrement parée,
Se faufilant, au coin d'une rue égarée,
Et la tête et l'oeil bas comme un pigeon blessé,
Traînant dans les ruisseaux un talon déchaussé,
Messieurs, ne crachez pas de jurons ni d'ordure
Au visage fardé de cette pauvre impure
Que déesse Famine a par un soir d'hiver,
Contrainte à relever ses jupons en plein air.
Cette bohème-là, c'est mon tout, ma richesse,
Ma perle, mon bijou, ma reine, ma duchesse.

Se a encontrarem, estranhamente decorada
escondendo-se, num canto de uma rua perdida,
cabeça e olhos no chão como um pombo ferido,
arrastando nas bermas dos passeios um talão perdido,
senhores, não cuspam palavrões ou lixo
na cara suja dessa pobre impura
que a deusa fome numa noite de inverno
obrigou a levantar as suas saias em plena rua.
essa vagabunda, é tudo o que tenho, é a minha riqueza,
a minha pérola, a minha raínha, a minha duquesa.

Letra:

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Les yeux cernés
Par les années
Par les amours
Au jour le jour
La bouche usée
Par les baisers
Trop souvent, mais
Trop mal donnés
Le teint blafard
Malgré le fard
Plus pâle qu'une
Tâche de lune

A mulher que está na minha cama
já não tem 20 anos há muito
os olhos marcados
pelos anos
pelos amores
do dia a dia
a boca usada
pelos beijos
demasiado frequentes, mas
muitas vezes mal dados
a cor mórbida
apesar do fardo
mais pálida que
uma sombra da lua

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Les seins si lourds
De trop d'amour
Ne portent pas
Le nom d'appas
Le corps lassé
Trop caressé
Trop souvent, mais
Trop mal aimé
Le dos vouté
Semble porter
Des souvenirs
Qu'elle a dû fuir

A mulher que está na minha cama
já não tem 20 anos há muito
Os seios pesados
de demasiado amor
já não têm
o nome do desejo
o corpo fatigado
demasiado acariciado
demasiado amado, mas
demasiado vezes mal amado
as costas dobradas
parece carregar
as lembranças
de que deve ter fugido

La femme qui est dans mon lit
N'a plus 20 ans depuis longtemps
Ne riez pas
N'y touchez pas
Gardez vos larmes
Et vos sarcasmes
Lorsque la nuit
Nous réunit
Son corps, ses mains
S'offrent aux miens
Et c'est son cœur
Couvert de pleurs
Et de blessures
Qui me rassure.

A mulher que está na minha cama
já não tem 20 anos há muito
não riam
Não lhe toquem
guardem as vossas lágrimas
e o vosso sarcasmo
quando a noite
nos reúne
o seu corpo , as suas mãos
oferecem-se às minhas
e é o seu coração
coberto de lágrimas
e de feridas
que me tranquiliza.

domingo, 1 de março de 2009

Gilbert Bécaud - L´important c´est la rose

Não, não tem nada a ver com o espectáculo socialista deste fim de semana (ah, é um congresso ? desculpem não reparei ... ). Foi por causa de um post que li este fim de semana que me lembrei desta canção.

Gilbert Bécaud muitas vezes considerado "popularucho", assim estilo Romana, não deixa de ser um cantor influente da música popular francesa, cantado por Yves Montand e Edith Piaf entre outros.

Interpretou e escrevou para além desta canção algumas outras como Et Maintenant cantada por mais de uma dezena de interpretes de todo o mundo ou ainda "C´est en Septembre" (que eventualmente conhecerão na versão de Neil Diamond).

A canção de que nos falamos tem música de Bécaud claro e poema de Louis Amade um dos seus poetas preferidos. Oiçam aqui uma interpretação com Bécaud ainda novo, o sr. 100.000 volts, que tratava o público por "Tu", sempre com uma gravata às bolas (fétiche da primeira audição em que reza a história tinha uma gravata expresso feita de um pedaço de vestido da sua mãe) ...

L'IMPORTANT C'EST LA ROSE
Poema: Louis Amade
Música: Gilbert Bécaud

Toi qui marches dans le vent
Seul dans la trop grande ville
Avec le cafard tranquille du passant
Toi qu'elle a laissé tomber
Pour courir vers d'autres lunes
Pour courir d'autres fortunes,
L'important...

Tu que andas contra o vento
Só na cidade demasiado grande
Com a angustia tranquila do caminhante
Tu que ela deixou
para correr atrás de outras luas
para correr atrás de outras fortunas
O importante ...

[Refrain]
L'important c'est la rose
L'important c'est la rose
L'important c'est la rose
Crois-moi

[Refrão]
O importante é a rosa
O importante é a rosa
O importante é a rosa
Acredita

Toi qui cherches quelque argent
Pour te boucler la semaine
Dans la ville tu promènes ton ballant
Cascadeur, soleil couchant
Tu passes devant les banques
Si tu n'es que saltimbanque,
L'important...

Tu que procuras dinheiro
para aguentar a semana
Tu que na cidade passeias dansando
cascadeur, no pôr do sol
Tu passas à frente dos bancos
mas és apenas um saltimbanco,
O importante ...

[Refrão]

Toi, petit, que tes parents
Ont laissé seul sur la terre
Petit oiseau sans lumière, sans printemps
Dans ta veste de drap blanc
Il fait froid comme en Bohême
T'as le coeur comme en carême,
Et pourtant...

Tu criança, que os teus pais
deixaram só na terra
pequeno passarinho sem luz, sem primavera
Na tua vestimenta de pano branco
Faz frio como na boémia
tens o coração como na quaresma
e no entanto ...

[Refrão]

Toi pour qui, donnant-donnant,
J'ai chanté ces quelques lignes
Comme pour te faire un signe en passant
Dis à ton tour maintenant
Que la vie n'a d'importance
Que par une fleur qui danse
Sur le temps...

Tu para quem, só para te dar algo,
Cantei estas simples linhas
Como para te fazer um sinal
Diz agora tu
que a vida só tem importância
para uma flor que dança
sobre o tempo ...

[Refrão]

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Charles Aznavour - Emmenez moi

Depois destes dias de sol, foi fatal algumas conversas de almoço terem ido parar ao efeito do sol no nosso estado de alma. Para mim foi igualmente inevitável pensar numa canção de Aznavour que acompanhou a minha adolescência. Era juntamente com as valsas de Strauss um dos poucos discos de 45 rpm que tinha e que ouvi até gastar o vinil ...

E justamente fala do sol e de como a miséria parece menos preocupante quando é banhada pelo sol. Bem sei que é uma teoria "perigosamente" conformista mas penso que se deve ver do lado metafórico. E nessa perspectiva toda esta canção adquire uma nova dimensão !

Podem ouvir aqui Aznavour em 1972 interpretando esta canção.

Emmenez-moi (Levem-me !)

Vers les docks où le poids et l'ennui
Me courbent le dos
Ils arrivent le ventre alourdi
De fruits les bateaux

Nas docas onde o peso e o aborrecimento
me curvam as costas
Chegam os barcos, com os ventres
carregados de frutas

Ils viennent du bout du monde
Apportant avec eux
Des idées vagabondes
Aux reflets de ciels bleus
De mirages

Chegam do fim do mundo
Trazendo com eles
Ideias vagabundas
De reflexos de ceus azuis
De miragens

Traînant un parfum poivré
De pays inconnus
Et d'éternels étés
Où l'on vit presque nus
Sur les plages

Arrastando um perfume apimentado
de países desconhecidos
e de verões eternos
onde se vive quase nu
nas praias

Moi qui n'ai connu toute ma vie
Que le ciel du nord
J'aimerais débarbouiller ce gris
En virant de bord

Eu que só conheci toda a vida
o céu do norte
Gostaria de desfazer este cinzento
virando de bordo

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil

Levem-me ao fim da terra
Levem-me ao país das maravilhas
Parece-me que a miséria
Será muito mais suportável ao sol

Dans les bars à la tombée du jour
Avec les marins
Quand on parle de filles et d'amour
Un verre à la main

Nos bares onde ao anoitecer
com os marinheiros
falamos de mulheres e de amor
com um copo na mão

Je perds la notion des choses
Et soudain ma pensée
M'enlève et me dépose
Un merveilleux été
Sur la grève

Perco a noção das coisas
e de repente o meu pensamento
leva-me e traz-me
um verão maravilhoso
na praia

Où je vois tendant les bras
L'amour qui comme un fou
Court au devant de moi
Et je me pends au cou
De mon rêve

Onde vejo tentando agarrar-me
O amor que como um louco
corre à minha frente
e agarro-me ao pescoço
do meu sonho

Quand les bars ferment, que les marins
Rejoignent leur bord
Moi je rêve encore jusqu'au matin
Debout sur le port

Quando os bares fecham, quando os marinheiros
voltam para os seus barcos
eu sonho até de manhã
de pé no porto

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil

Levem-me ao fim da terra
Levem-me ao país das maravilhas
Parece-me que a miséria
Será muito mais suportável ao sol

Un beau jour sur un rafiot craquant
De la coque au pont
Pour partir je travaillerais dans
La soute à charbon

Um belo dia num barco a caír aos pedaços
do casco à ponte
Para partir trabalharia na
caldeira de carvão

Prenant la route qui mène
A mes rêves d'enfant
Sur des îles lointaines
Où rien n'est important
Que de vivre

Tomando a estrada que nos leva
aos nossos sonhos de criança
em ilhas distantes
onde nada mais é importante
senão viver

Où les filles alanguies
Vous ravissent le cœur
En tressant m'a t'on dit
De ces colliers de fleurs
Qui enivrent

Onde raparigas languidas
alegram-nos o coração
bordando, disseram-me
colares de flores
que intoxicam os sentidos

Je fuirais laissant là mon passé
Sans aucun remords
Sans bagage et le cœur libéré
En chantant très fort

Fugirei deixando o meu passado
sem nenhum remorso
sem bagagem e o coração liberto
cantando muito alto

Emmenez-moi au bout de la terre
Emmenez-moi au pays des merveilles
Il me semble que la misère
Serait moins pénible au soleil...

Levem-me ao fim da terra
Levem-me ao país das maravilhas
Parece-me que a miséria
Será muito mais suportável ao sol

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Charles Trenet - La Mer

Charles Trenet nasceu em Narbonne em 1913 tendo falecido em Créteil em 2001. É um cantor e autor que foi por vezes considerado menor, ou popularucho se preferirem devido ao facto das suas canções serem normalmente sobre temas aparentemente pouco profundos e muitas vezes baseados em jogos de palavras "pobres de espírito".

Trenet foi no entanto muito mais do que um "Doido Cantante" como poderia indicar a sua alcunha "Fou Chantant", alcunha que aliás apreciava muito por achar que traduzia a irreverência, a alegria de viver que possuía e transmitia de forma sempre energética.

É aliás esta confusão entre o que era uma forma de encarar a vida, despreocupada e leve, e o seu talento que nos poderia levar a pensar que estamos perante um simples caso de moda que o tempo faria desaparecer. É uma opinião que não partilho. Trenet foi senhor de uma voz invejável e um grande poeta. Leiam por exemplo este poema:

Le Mort
Vous emporterez ma quiétude
Au fond de la légende bleue,
Compagnon de la solitude.
Chevalier d'opéra qui narguez les orages,
Aux rumeurs des grands ports, aux aubes malhabiles
Vous apprendrez le mot de passe.
Et les gens pourront s'étonner
Comme sur une autre planète
De voir des visages de cire
A leur amour que vous rendrez indifférent.

O morto
Levarão a minha quietude
Ao fundo da lenda azul,
companheiros da solidão.
Cavaleiro da ópera que fazem pouco das trovoadas,
Nos rumores dos grandes portos, nas madrugadas pouco hábeis
Aprendem o código de passagem.
E as pessoas poderão espantar-se
Como se estivessem noutro planeta
de ver as suas caras de cera
Do seu amor que tornarás indiferente.

Trenet foi também actor para além de cantor e escritor arte na qual espalhou também a mesma alegria de viver.

Depois da segunda guerra foi muitas vezes acusado de ter "colaborado" com os nazis por ter durante participado em alguns espectáculos para os prisioneiros franceses e também em grande parte por ter continuado a actuar nos cabarets parisienses então frequentados essencialmente por oficiais e soldados alemães. Que me desculpem estes últimos posts estarem tão marcados por esta parte da história de França e da Europa porém é difícil falar destes grandes poetas sem falar de uma realidade que os marcou tão fortemente. E de qualquer forma é uma realidade que não podemos esquecer.

Fiquem então com "La Mer" de 1946 a pedido de uma nossa leitora Gasolina a que junto o convite para visitarem o seu blog aqui .

La mer
Qu'on voit danser le long des golfes clairs
A des reflets d'argent
La mer
Des reflets changeants
Sous la pluie

O Mar
que vemos dançar nas baías claras
Tem reflexos de prata
O Mar
tem reflexos que mudam
à chuva

La mer
Au ciel d'été confond
Ses blancs moutons
Avec les anges si purs
La mer
Bergère d'azur
Infinie

O Mar
No céu de verão confunde
com os seus carneiros brancos
com os anjos tão puros
o Mar
Pastora de Azul
Infinita

Voyez
Près des étangs
Ces grands roseaux mouillés
Voyez
Ces oiseaux blancs
Et ces maisons rouillées

Vejam
perto dos lagos
esses roseirais molhados
Vejam
esses passaros brancos
E essas casas enferrujadas

La mer
Les a bercés
Le long des golfes clairs
Et d'une chanson d'amour
La mer
A bercé mon cœur pour la vie

O Mar
embalou-as
Nas baías claras
e numa canção de amor
o Mar
embalou o meu coração para a vida

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Thierry le Luron (1952-1986)

Pouco conhecido em Portugal Thierry le Luron foi um brilhante imitador e cómico francês. As suas paródias de vários personagens de Georges Marchais a Mitterand ficaram na história. Thierry infelizmente morreu muito novo, com apenas 34 anos vitima de cancro.

Deixou algumas pérolas que vos deixo hoje porque o que é importante também pode ser dito a rir e sobretudo porque o génio e a arte não dependem do quadrante político ... Isto como comentário a alguns comentários sobre o video que vos recomendo que vejam aqui em que le Luron faz uma paródia precisamente a Ferrat com uma letra extraordinária, incisiva e sarcástica.

Entre outras grandes interpretações de Thierry conta-se este L´important c´est la rose que a bem dizer se pode transportar para o nosso país nos nossos dias ... Será um transporte para o passado ou um salto no futuro ?